Planeta de outra galáxia
Astrônomos afirmam ter descoberto o primeiro
planeta que nasceu fora da nossa galáxia, a Via
Láctea.
Semelhante a Júpiter, o planeta batizado de
HIP 13044 é parte de um sistema solar que um dia
pertenceu a uma galáxia-anã, mas que acabou
"devorada" pela Via Láctea entre 6 e 9 bilhões
de anos atrás, em um ato de "canibalismo
intergaláctico".
De acordo com o estudo, publicado na revista
Science, o planeta está a uma distância de 2 mil
anos-luz da Terra. A descoberta ocorreu no
observatório de La Silla, no Chile.
O planeta deve ter sido formado nos primeiros
tempos de seu próprio sistema solar, antes que
fosse incorporado pela nossa galáxia, dizem os
autores da pesquisa.
Astrônomos já detectaram cerca de 500 "exoplanetas"
fora do nosso sistema solar, usando diferentes
técnicas, mas todos os astros, até agora, haviam
sido gerados na Via Láctea.
Segundo os pesquisadores, o HIP 13044 fica na
órbita de um sol pertencente ao grupo de
estrelas chamado "corrente de Helmi", e hoje faz
parte da constelação de Fornax, ao sul da Via
Láctea.
Estima-se que o novo planeta tenha uma massa
1,25 vez maior do que Júpiter e que leve 6,2
dias terrestres para completar uma volta em
torno do seu eixo.
Gigante vermelha
No entanto, o HIP 13044 está se aproximando
de sua "morte". Tendo consumido todo o
hidrogênio presente em seu núcleo, a estrela do
planeta se expandiu e se tornou uma "gigante
vermelha".
No processo, a estrela pode ter "engolido"
planetas menores e semelhantes à Terra no
processo, antes de se contrair. Até agora, o
novo planeta sobreviveu à "bola de fogo", mas
não por muito tempo.
"Esta descoberta é particularmente intrigante
quando pensamos no futuro distante do nosso
sistema planetário, quando o Sol também deverá
se tornar uma gigante vermelha, daqui a cerca de
5 bilhões de anos", disse Johny Setiawan,
pesquisador do Instituto de Astronomia Max
Planck e líder da pesquisa.
A Giant Planet Around a Metal-Poor Star of Extragalactic Origin
Johny Setiawan, Rainer J. Klement, Thomas Henning, Hans-Walter Rix, Boyke Rochau, Jens Rodmann, Tim Schulze-Hartung
Science
18 November 2010
Vol.: Published online
DOI: 10.1126/science.1193
Listra que havia "desaparecido" em Júpiter começa a ressurgir
Uma listra marrom escuro, conhecida como Cinturão Equatorial Sul, localizada no sul de Júpiter, está ressurgindo
Foto: Nasa/Divulgação
No começo de 2010, astrônomos amadores noticiaram que uma listra marrom escuro, conhecida como Cinturão Equatorial Sul, localizada no sul do planeta, havia se tornado branca. No começo de novembro, o astrônomo Christopher Go, filipino, viu um incomum brilho nesta área branca. O fenômeno interessou aos astrônomos da Nasa. Após observações com os três telescópios, os cientistas passaram a acreditar que a faixa escura está voltando.
Desde que foi descoberta, a listra escura se torna branca, por no máximo 3 anos, o que intriga os cientistas há anos. O fenômeno só é visto no Cinturão Equatorial Sul, se tornando caso único em todo o sistema solar.
A listra branca não é a única mudança em Júpiter. Ao mesmo tempo, a grande mancha vermelha do planeta se tornou mais escura. Os cientistas dizem que a cor da mancha - que possui três vezes o tamanho da Terra - brilha mais agora, junto com o ressurgimento da listra branca.
O último ressurgimento da listra aconteceu em 1993, após sumiço total no mesmo ano. Os cientistas estão interessados na análise deste último evento porque é a primeira vez em que se poderá utilizar modernos instrumentos para determinar detalhes da química e as mudanças dinâmicas do fenômeno. A observação será fundamental no envio da nave Juno, que está programada para chegar a Júpiter em 2016, além de outra missão que deverá chegar ao planeta em 2020.
Astrônomo amador descobre que listra de Júpiter sumiu
Em Junho de 2009 e Maio de 2010
Júpiter perdeu uma das suas listras, deixando a sua metade sul com um branco diferente. Cientistas ainda não têm certeza do que provocou o desaparecimento da listra. Nas fotos feitas do planeta aparecem quase sempre duas faixas escuras sobre sua atmosfera - uma no hemisfério Norte e outro no hemisfério Sul.
Mas as imagens recentes feitas por astrônomos amadores mostram que a listra do Sul - o chamado cinturão sul equatorial - desapareceu, de acordo com a revista New Scientist. A última vez que a listra foi vista foi no final de 2009, logo antes de a posição de Júpiter no céu ficar muito perto do Sol no céu para ser observado da Terra. Quando o planeta pode ser visto novamente, o cinto sul equatorial estava longe de ser visto.
Esta não é a primeira vez que a listra desaparece. Ela esteve
ausente em 1973, quando nave espacial da NASA Pioneer 10 fez a
primeira seção de imagens do planeta e também temporariamente
desapareceu no início de 1990.
As listras podem aparecer escuras simplesmente porque nuvens
brancas de alta altitude, comuns em outras regiões do planeta,
estão em falta lá, revelando as nuvens escuras que ficam mais
abaixo, diz Glenn Orton do Jet Propulsion Laboratory, em
Pasadena, Califórnia. "Você está procurando em diferentes
camadas das estruturas de nuvens do planeta", disse ele à New
Scientist.
Segundo esta teoria, o cinto sul equatorial desaparece quando
nuvens brancas são formadas sobre ele, bloqueando nossa visão
das nuvens mais escuras. Mas não está claro o que faz com que
essas nuvens brancas se formam em alguns momentos e em outros
não, diz Orton.
Lua de Júpiter possui "oceano de magma”
A lua de Júpiter, Io, é o local mais vulcânico do sistema solar. Agora, os cientistas acreditam que descobriram por que.
Io derrama cerca de 100 vezes mais lava sobre a sua superfície do que a Terra, por ano. A distribuição dos vulcões em Io também é muito diferente do que na Terra. Os vulcões estão por toda parte, enquanto no nosso planeta eles tendem a ficar nos limites das placas tectônicas.
Dados da NASA sugerem toda esta atividade está sendo alimentada por um gigantesco oceano de magma sob a crosta da lua. Os pesquisadores dizem que o reservatório quente tem provavelmente cerca de 50 quilômetros de espessura (e esse número é mínimo; poderia ser muito, muito mais espesso).
Quando os cientistas descobriram a Io nos anos 70, a lua pareceu bastante estranha ao que eles conheciam. Imediatamente, os cientistas questionaram por que havia vulcões em toda a superfície. Agora, o estudo diz que é porque existe um aquífero de magma gigante logo abaixo da crosta.
O vulcanismo de Io é movido pelo seu planeta-mãe, Júpiter. O planeta produz marés colossais sobre a lua que "esmagam” e "forçam” seu corpo, derretendo suas rochas.
Leituras do instrumento magnetômetro da NASA indicaram a lua estava distorcendo dramaticamente o campo magnético de Júpiter, mas o motivo para isso não ficou claro. Levou vários anos para que os cientistas identificassem o problema, que é a natureza das rochas na lua e como elas se comportam quando derretem.
Mais tarde, experimentos de física mineral descobriram que quando as rochas ultramáficas (muito ricas em magnésio e ferro) são derretidas, a sua condutividade aumenta por ordens de magnitude. A condutividade muito alta pode criar o tipo de sinais que a NASA detectou.
Testes mostraram que os sinais são consistentes com uma rocha como lherzolito, uma rocha ígnea rica em silicatos de magnésio e ferro encontrada, por exemplo, na Escandinávia.
A camada de oceano de magma de Io tem, pelo menos, 50 km de espessura e, provavelmente, corresponde a pelo menos 10% do manto da lua, em volume. Sua temperatura provavelmente excede 1.200° Celsius.
O aquífero fica abaixo da crosta, cerca de 50 km para baixo. O manto da lua (camada interior) provavelmente se estende por mais de 700 a 800 km. Medições de gravidade sugerem que o centro de Io é feito de ferro e, possivelmente, líquido – muito parecido com a Terra.
Io tem apenas cerca de um quadragésimo do volume da Terra e um
sexagésimo da massa. Mas, por causa da enorme quantidade de calor gerado
pelas marés de Júpiter nesta lua muito pequena, sua estrutura interna é
muito semelhante à da Terra.[BBC]
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