Cientista brasileiro diz que HAARP poderia estar modificando a dimensão temporal.
27/05/2012
Segundo o físico Fran de Aquino, programa teria capacidade de alterar a dimensão temporal para viajar até futuros alternativos.
Cruzando o espaço-tempo com nossa tecnologia atual. Seria possível?
O projeto High Frequency Active Auroral Research Program [Programa de
Investigação de Aurora Ativa de Alta Frequência, HAARP], da Força Aérea e
Marinha norte-americana, é sem dúvida um dos alvos favoritos das
teorias de conspiração. Com o enorme e um tanto misterioso orçamento, e
uma poderosa panóplia de antenas capazes de disparar ondas
eletromagnéticas de alta e baixa frequência à ionosfera, possivelmente
modificando o clima, ele tem sido acusado de todo o tipo de atos bélicos
secretos – quase anormal – como gerar terremotos, furacões e provocar
ainda mais o aquecimento global. Necessário dizer que, além de ter a
capacidade de modificar o clima, não se têm provas contundentes de que o
programa esteja sendo utilizado como arma militar. Suas instalações na
neve do Alasca constituem um novo mito moderno, terra fértil para a
especulação e ficção científica.
O trabalho de um cientista brasileiro, Fran de Aquino, em sua
investigação High-power ELF radiation generated by modulated HF heating
of the ionosphere can cause earthquakes, cyclones and localized heating,
sustenta que o HAARP não só é capaz de provocar uma série de desastres
naturais lançando ondas eletromagnéticas de baixa frequência, como
também que, teoricamente, poderia alterar a dimensão temporária,
permitindo, por exemplo, uma nave viajar para uma linha de tempo
alternativa.
De Aquino, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), tem vários
trabalhos publicados, entre eles um na Universidade de Cornell
intitulado The Gravitational Spacecraft, onde demonstra um novo tipo de
nave espacial (nave gravitacional), que poderia viajar pelos recôncavos
do tempo canalizando a correlação entre a massa gravitacional, a massa
inercial e um fator eletromagnético. Esta mesma correlação, a afetação
de um campo eletromagnético uniforme de alta frequência sobre a
gravidade – por sua vez vinculada com a estrutura do tempo-espaço
segundo a relatividade de Einstein – é o que, segundo De Aquino, poderia
propiciar que uma aeronave voando pela ionosfera atravessasse o espelho
dimensional do céu para outra sequência temporária, uma espécie de
universo paralelo dobrado no espaço.
É importante notar que o campo eletromagnético, além de ser uniforme,
deve permanecer com a nave durante o tempo de transição. Se não for
uniforme por cada parte da nave, realizará transições para diferentes
tempos do futuro… Pessoas dentro da nave realizariam transições à
diversos tempos no futuro porque sua condutividade e densidade seriam
diferentes.
Conjunto de antenas do HAARP no Alasca
De Aquino considera que o HAARP poderia disparar uma onda
eletromagnética uniforme de alta frequência capaz de fazer com que um
avião cruzasse o tempo. Devemos levar a sério esta teoria? Primeiro
seria importante compreendê-la cabalmente, algo que supera pessoalmente a
capacidade do autor deste post – elucidar uma suposta conciliação da
relatividade com a teoria quântica no meio de uma linguagem que evoca a
ficção de Thomas Pynchon. Mostrando este periódico a um assessor com
estudos em física, sua resposta foi que tal teoria careceria de sustento
sólido para proposição tão extraordinária e que seria necessário
pesquisar os trabalhos aos quais faz referência este físico
especializado no estudo da gravidade quântica.
Mais apropriado parece ser tomá-la como um cativante ensaio ficção
científica – e não por isso menos ou mais real. Sejamos ou não já
capazes de fazer o proposto, uma civilização suficientemente avançada
seguramente desenvolveria tecnologia para manipular o tempo (não só o
clima). Nossa imaginação começa a se desbaratar como um bólido que
aproxima-se à velocidade da luz só de pensar nas possibilidades de
manipular o espaço-tempo, de habitar todos os jardins dos caminhos que
se bifurcam. Tempos que se entrelaçam, se sobrepõem e se desnudam. As
"cláusulas do infinito".
Antes que a popular série Fringe [Fronteiras] começasse a fazer
excursões imaginárias a outros universos, Philip K. Dick, em sua novela
Wait for Last Year, especulou uma droga (JJ-180) desenvolvida por uma
civilização extraterrestre que permitia de maneira aditiva e sinistra a
um usuário viajar a universos alternados. O ditador planetário Molinari
inclusive utilizava esta droga para obter informação sobre futuros
possíveis em outras linhas de tempo, para manipular assim o conjunto dos
tempos e salvar a humanidade da mais abjeta escravização. A tecnologia
para manipular o tempo evidentemente tem o potencial de criar uma
vertiginosa concatenação de alucinações e simulacros, até o ponto que
nenhuma realidade primária seria distinguível ou afirmável.
Seria fascinante falar com Dick sobre o HAARP, um aparelho tramado pela
imaginação (ou a alucinação) humana para englobar muitas de suas mais
temíveis e formosas paranoias. Há certa poesia em disparar um raio de
luz invisível à abóbada celeste e alterar o fluxo do tempo, descobrindo,
como numa nuvem quântica, um novo universo no qual somos outros, sendo
os mesmos. Ainda que isto igualmente poderia ser a substância de um
cruel pesadelo - com répteis interdimensionais, sociedades secretas,
vampiros energéticos e tecnologia da Atlântida. De qualquer forma, é
estimulante meditar sobre a possibilidade de encontrar, parafraseando
Paul Éluard, outros mundos dentro deste.
Terremotos, furações e manipulação climática artificial, são teorias que recaem sobre o HAARP